Lendo um artigo de Ferreira Gullar, Teoria do Não-Objeto, diz: "(...) todo artista trabalha no limite de sua arte, tentando ultrapassá-lo (...). O próprio conceito de arte vacila, se não o tomarmos na acepção fundamental de experiência primeira. (...) Da mesma maneira que a cor libertou-se da pintura, a palavra libertou-se da poesia", seria prudente (queremos prudência?) dizer que o teatro libertou-se da personagem?
Não vejo mais limites para as possibilidades (e necessidades) do ator em cena. Parece que a arte (toda a arte) do nosso tempo agora depende diretamente, digo, da direta atuação do espectador. Atuação mesmo. Será que ainda podemos chamá-lo espectador?
"O espectador é solicitado a usar o não-objeto [no caso, o espetáculo]. A mera contemplação não basta para revelar o [seu] sentido. O espectador passa da contemplação à ação."
Perae, que merda. Odeio espectador que interage. E agora? Godot?