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quarta-feira, 27 de junho de 2012

[des]esperando godot - estudo de um processo de criação via negativa

Nesta quarta-feira, 27 de junho de 2012, o dramaturgo e diretor Diogo Liberano apresenta uma curta fala, intitulada [des]esperando godot - estudo de um processo de criação via negativa, a partir da pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sob orientação da professora Livia Flores, integrando o Seminário de Pesquisas da Direção Teatral que abre a Mostra Mais 2012.



Fotografia de Thaís Grechi

A apresentação acontecerá no Salão Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, que fica na Av. Pasteur, 250, Urca, Campus Praia Vermelha. Será uma curtíssima reflexão sobre os procedimentos criativos do espetáculo VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA do Teatro Inominável. A entrada é franca e para além da fala de Liberano, inúmeros outros alunos apresentarão suas respectivas pesquisas. Vale à pena conferir.

Segue abaixo, um trecho da fala:
Como conceber uma criação artística que em seu próprio desdobramento criativo ambiciona a sua própria destruição? Como aluno-diretor do curso de Direção Teatral da UFRJ, optei por desdobrar a pesquisa “Poéticas negativas como campo de relações entre teatro, artes plásticas e performance”, sob orientação da professora Livia Flores, trabalhando sobre a encenação da peça ESPERANDO GODOT, de Samuel Beckett, originalmente nascida como trabalho curricular que realizei em 2010 na disciplina Direção VI, tendo estreado em julho do mesmo ano. Essa encenação, inicialmente homônima ao texto de Beckett, acabou se transformando em VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA, quando estreamos em setembro de 2010 a primeira temporada na cidade do Rio de Janeiro. Em cena, como diretor, me junto às quatro atrizes para apresentar uma peça construída sobre a impossibilidade de sua construção. Através de uma sucessão de tentativas para encenar GODOT, agimos certa “poética da negação” porque, após um processo que durou mais de um ano, desacreditamos no esperar de Godot e, ao invés de encenarmos outra dramaturgia, encenamos a nossa própria dificuldade em ter que dar sentido àquilo que não mais nos servia.

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terça-feira, 12 de junho de 2012

“Um experimento de linguagem nada vazio”

Por Rodrigo Monteiro
http://teatrorj.blogspot.com.br/2012/06/vazio-e-o-que-nao-falta-miranda-rj.html

Vazio é o que não falta, Miranda” é uma experiência de linguagem teatral produzida pelo Grupo Teatro Inominável que estreou em 2010. Dirigido por Diogo Liberano, o espetáculo se apresenta como uma “tentativa”, o que reforça positivamente o seu caráter de experimento. Em cena, Adassa Martins, Carolina Helena, Flávia Naves e Natássia Vello apresentam o resultado de um trabalho visível e propositalmente em processo e que só pode ser julgado como tal.

A ideia do processo surgiu como uma representação de um outro processo: o de construção do espetáculo “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. O resultado parece querer ser uma obra paralela não apenas no aspecto formal, mas também na ordem do seu conteúdo (Miranda sendo uma versão de Godot), o que não acontece. Beckett atualiza a tragédia, uma vez grega e outra vez clássica, para o drama contemporâneo do pós-segunda guerra. Há quem diga que ele escreve uma versão própria do teatro do absurdo, há quem escreva que ele cria o teatro adramático. O fato é que o contexto do dramaturgo irlandês mais celebrado do século XX é a tragédia, ou seja, a prisão. Na Grécia, presos ao destino divino; no classicismo, presos aos padrões burgueses, os personagens de Beckett, no século passado, sobretudo em “Esperando Godot”, estão presos ao tempo que insiste em passar. É dessa incapacidade de lutar contra isso que vêm os diálogos quase dissociáveis, o superficial esvaziamento do sentido, a fluidez plena da narrativa que, para alguns, é a marca de uma não-narrativa. Para quem não leu o programa de “Vazio é o que não falta, Miranda”, as cenas iniciais do espetáculo aqui em questão se aproximam desse universo nonsense. A intenção, no entanto, não tem continuidade na evolução das cenas (e a palavra “evolução”, em relação a Beckett, já prenuncia um distanciamento). Quando, para o espectador, começa a ficar claro que tratam-se de atrizes em processo de ensaio e que há um diretor a fazer anotações (quase um espetáculo a parte, como em Tadeusz Kantor), controlar o desenho de luz e as entradas das trilhas sonoras, além de fazer alterações no roteiro, ou seja, que tudo tem uma lógica que consiste justamente na busca/fuga de sentido, então, cai por terra o interesse sobre o experimento de produzir algo naturalmente sem sentido. Em cena, estamos assistindo a um ensaio marcado, ou melhor, a uma apresentação que tem como resultado de opções estéticas marcas que o fazem parecer um ensaio.

A cena em que os conflitos que surgem entre as atrizes levanta a curva dramática e aponta para um clímax. Depois, uma sequência em que os atores participam de uma entrevista sobre “Esperando Godot”, novamente, mexe na narrativa e prepara para um fim. No entanto, de forma negativa, o encerramento demora mais tempo do que deveria para chegar sem perde o ritmo. 90 minutos de inconstância é faltamente tempo demais para um exercício de linguagem, apesar das ótimas participações das quatro atrizes e também do diretor, um ator em cena.

Toda “peça contemporânea” tem: a) um microfone no pedestal que será usado para os atores se dirigirem diretamente ao público; b) um ou mais momentos em que os atores se dirigem diretamente ao público; c) personagens cujos nomes são idênticos aos nomes dos atores que os interpretam; d) um violão, uma flauta, um piano ou um instrumento musical qualquer e um ou mais momentos em que um ou mais atores tocam uma canção em outra língua que não a vernácula; e e) projeções em vídeo. O mérito estético claramente observável de “Vazio é o que não falta, Miranda” é o fato de não ter nenhuma dessas marcas negativamente fortes no teatro que se diz contemporâneo, apesar das atrizes se chamarem pelos seus segundos nomes ou sobrenomes, o que poderia ser qualificado como uma variação do vício. Fica, por fim, o louvável interesse em apresentar uma pesquisa, em mostrar o trabalho que vem à cena, com os devidos aplausos, de forma digna e, principalmente, mais séria do que parece.

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domingo, 10 de junho de 2012

MESA TOMBADA com Enrique Diaz

Segue abaixo um pequeno vídeo com trechos da primeira MESA TOMBADA desta temporada de VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA. Para quem não sabe, junto à temporada que segue em cartaz na Cia dos Atores, o Teatro Inominável também está realizando três encontros com artistas fabulosos. O primeiro encontro - ou MESA TOMBADA - aconteceu na última segunda-feira, no qual recebemos a presença ilustre do diretor Enrique Diaz.

Mediado por Diogo Liberano, neste primeiro encontro o tema TEATRO E METALINGUAGEM serviu de start para uma conversa que durou cerca de noventa minutos, durante os quais tanto convidado quanto público presente desbravaram um pouco mais dessa temática que é um dos pilares do segundo espetáculo do Inominável.

A segunda mesa tombada, a partir do tema TEATRO E PERFORMANCE, recebe a presença - também ilustre - da performer e teórica da performance Eleonora Fabião, num encontro que será mediado pela atriz e inominável Natássia Vello. Esta segunda mesa tombada acontece neste domingo 10 de junho e começa pontualmente às 18h com entrada franca, basta chegar 30 minutos antes para retirada de senha.

VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA segue em cartaz sempre de sábado à segunda, sempre às 20h, na Cia dos Atores, até o dia 18 de junho. A entrada é sempre franca. Não deixem de prestigiar, venham todos e todas!

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

MESAS TOMBADAS \\ encontros com convidados

Numa alusão direta ao cenário de Rafael Medeiros para Vazio é o que não falta, Miranda, nesta segunda, em paralelo à temporada na Cia dos Atores, começaremos também as MESAS TOMBADAS, que são três encontros que faremos com três convidados super especiais.

Para começar, receberemos hoje a presença do diretor Enrique Diaz para um papo a partir do mote TEATRO E METALINGUAGEM. A conversa será mediada pelo diretor artístico do Inominável, Diogo Liberano, sendo a entrada franca (basta chegar com 30 minutos de antecedência).

A proposta das MESAS TOMBADAS é a de realizar encontros/discussões a partir dos temas centrais que moveram a criação de Miranda. Assim, elegemos três temas: metalinguagem + performance + artes plásticas. Juntos, estes três domínios formam uma forte tríade sobre a qual o espetáculo e as investigações criativas se moveram.

Convidamos para tais encontros figuras expoentes em cada um desses domínios. Para a discussão sobre TEATRO E METALINGUAGEM, o diretor Enrique Diaz se fará presente. Em seguida, para TEATRO E PERFORMANCE, a performer/teórica da performance Eleonora Fabião foi convidada. E por último, para discutirmos a partir do mote TEATRO E ARTES PLÁSTICAS, a artista plástica Livia Flores também confirmou presença.

MESAS TOMBADAS

MESAS TOMBADAS
conversas com convidados antes das apresentações

Segunda-feira, 04 de junho, às 18h
TEATRO E METALINGUAGEM, com o diretor teatral ENRIQUE DIAZ
Mediação de Diogo Liberano

Domingo, 10 de junho, às 18h
TEATRO E PERFORMANCE, com a performer/teórica da performance ELEONORA FABIÃO
Mediação de Natássia Vello

Segunda-feira, 18 de junho, às 18h
TEATRO E ARTES PLÁSTICAS, com a artista plástica LIVIA FLORES
Mediação de Caroline Helena

Todas as atividades acontecem na sede da Cia. dos Atores (rua Manuel Carneiro, 10-12, Lapa – Rio de Janeiro/RJ) com entrada franca (senhas distribuídas meia hora antes).

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