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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MIRANDA para fechar o ano

Houve um último encontro INOMINAVEL do ano no dia doze de dezembro de 2011, na nossa sede, em Vila Isabel, na também casa do Diogo. Ele não acabou nunca, até agora, porque leio o meu presente e encontro MIRANDA bem aqui dentro onde menos (ou mais) podia imaginar.

Para transcrever esta passagem para o universo do espetáculo, substituo "livro" e todos os "verbos e artigos direcionados para a literatura" e, com a licença da autora, ficamos assim:

Se esta peça vier jamais a sair, que dela se afastem os profanos. Pois encenar é coisa sagrada onde os fiéis não tem entrada. Estar fazendo de propósito uma peça bem ruim para afastar os profanos que querem 'gostar'. Mas um pequeno grupo verá que esse 'gostar' é superficial e entrarão adentro do que verdadeiramente MIRANDA é, que não é 'ruim' nem é 'bom'.

(LISPECTOR, Clarice. Um sopro de vida. Presente de amigo-oculto de Natassia para Adassa. Rio de Janeiro, 2011)

Na Mostra de Teatro da UFRJ desse ano, encontrei um amigo de tempos, que me disse nossa, esses dias eu tava com uns amigos falando de como é incrível aquela peça de vocês, eu interrompi pois tínhamos acabado de estrear Sinfonia Sonho e disse Sinfonia! e ele não, a... vazio.

MIRANDA de fato nos trouxe um 'vazio' danado nesse ano, e eu agradeço a cada um que tanto a fez presente durante esse tempo em que não fizemos nem uma apresentação sequer. Eu nunca vi uma peça que sem aparecer ainda aparece na boca de pessoas imprevisíveis, inesperadas, inesgotáveis. Isso foi importante pra que ela (re)surja em 2012, com mais poder ainda para nos desesperar.

MIRANDA, você está muito bem aqui, no fim de um 2011 que precisou fazer jus ao vazio do seu nome, para acolher um novo ano em que você é o que não falta,

Com um amor que nem sei, inominável.