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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Falo........

Não houve ensaio hoje. O Rio de Janeiro está privado de sol. Afogado constante em lixo e chuva. Enquanto isso, esperamos. Eu cá dentro de casa trabalhando este GODOT e indo ao seu encontro. Os ensaios começaram na semana passada e já estou pensando em alternativas para conseguirmos até domingo ensaiar tudo aquilo que perdemos e que talvez venhamos a perder na sexta, caso o tempo continue atrapalhando tudo.

O movimento começou. Sinto-me imensamente feliz por estar junto de pessoas como estas que integram o projeto. Há as meninas, que a cada vez se permitem mais o contágio deste universo. Flávia, Ada, Fabíola e Caroll. O Léo, pesquisando Beckett e trazendo sempre mais e mais informações que nos movem inda mais. A Verônica que a partir da próxima semana começará o trabalho vocal. O Rafael e a Júlia, que em breve também entrarão num movimento mais periódico em relação à direção de arte do espetáculo. Estamos chegando. É preciso chegar. Daqui a pouco as professoras orientadoras trarão suas opiniões e comentários. A trilha sonora está se anunciando e estou ansioso. É seguir. Persistência elevada ao cúmulo.

Ainda não sei o que vai ser. Não quero saber. Por agora prezo toda e qualquer tentativa. Nos ensaios – que foram poucos – as idéias já se multiplicaram a um nível inesperada. Já são tantas possibilidades. Vamos mais. Testar o mundo que cabe dentro dessa encenação. O mundo que não ainda foi inventado e que daqui poderá ser sugerido.

Ainda trabalhando sobre a adaptação. Ela está tão direta. Ainda estou em dúvida se aposto nessa grosseria, neste tiro que é a adaptação e se for preciso, depois voltar e trazer a calma, o tempo, a duração do original de Beckett. É que ao ler, a adaptação, o que me encanta é justamente o giro sem fim e veloz das personagens. O movimento aceleradíssimo que não dá tempo nem sequer para duvidar daquilo. Pensar é perder. Viver é fixar. É memória que se tem pelo simples fato de jogar, de se jogar em meio aos tufões e tiroteios e rumo a toda essa poesia que falo na ânsia de não dizer nada e dizer tudo.

Princípio do Desplugamento. Eu olho e volto por sobre o material. O que posso modificar? O que posso resolver? O que alterar? Por agora, para, olho, contemplo, recebo e me volto, me trago de volta: ainda mais cheio de amor pelo o que faço.