eu falo muito, gente. falar é dirigir. que loucura. há excesso? há falta. sempre parece pouco. sempre se pode falar mais e mais. e agradeço por estar rodeado de pessoas interessadas e interessante. clichê, eu sei. mas clichê é por vezes verdade concentrada. aos poucos o furor contamina a todos. e sinto a direção partindo de vários. de várias. isso é bom, é necessário, é libertador. sai de um para o outro e deste outra coisa sai e quando entro no blog, ou ponho os pés para começar mais um dia, sinto mais forças que não somente as minhas agindo.
última semana de abril para ensaios “abertos”. não. não é gente indo assistir aos ensaios. são ensaios nos quais estaremos experimentando aberturas, saídas do contexto, fugas, viagens, pirações. sim. sair. para depois voltar mais fértil. gastar na bobeira. gastar tempo no absurdo. sim. há muitos absurdos fazendo sentido agora. estamos buscando os jogos. tecendo possibilidades cênicas, relacionais. o que posso dizer? no início de maio começaremos a levantar este espetáculo. sim, bem esquematizado. só para nos perdermos logo ali na frente.
quem falou que ia ser fácil? ninguém, ainda bem.
bom, o que temos até agora:
- quatro atrizes em processo de afinação. é lindo vê-las (re)agindo juntas;
- menos personagens e mais possibilidades. cada uma é vladimir-estragon-pozzo-lucky-menino-godot…;
- sala de ensaio. metalinguagem enquanto reconhecimento da tentativa. do erro. da tentativa. do erro;
- mesa. cadeiras. livros. (para mim, falta ainda a EMBRIAGUEZ de Nietzsche? buscá-la ou ser por ela tragado?);
- viewpoints. mais e mais. mais concentrado. duração e repetição. espaço. apropriação;
- “Colocar e tirar máscaras, objetos serão ferramentas” disse Caroll;
- experiência. alguma memória por nós feita. as performances nos encheram (de vida);
- equipe começando a entrosar as ideias. quero mais. muito mais;
focos desta semana: jogos. viewpoints. adaptação. fisicalidade. o que significam essas palavras? ASAS.