“A Absurdidade consiste em um permanente conflito, é uma contradição e uma luta. Pode ser vista apenas através da luta do desacordo. É por isso que, como Camus diz, cometer suicídio significa concordar com a absurdidade, significa se render, porque o sentido da vida é procurado em outro mundo.(Nenhum personagem de Beckett comete suicídio ou morre de alguma forma) Parece que é impossível escapar do destino absurdo. Ficar aqui significa encará-lo, cometer suicídio significa consentir, e por isso deve ser aceito. Essa é a base da liberdade humana. A absurdidade não tem qualquer sentido, não tem qualquer razão, qualquer objetivo, é por isso que não considera o ontem, nem o amanhã. O homem absurdo perde qualquer esperança, plano, e problemas sobre seu futuro. A ele é oferecido apenas um momento imediato, e esse é o que compõe sua liberdade. A única maneira de paralisar a absurdidade é não pedir por entendimentos ou motivos.” (Navratilova, Elva. A absurdidade de Samuel Beckett.)