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domingo, 31 de janeiro de 2010
Falo...
sábado, 30 de janeiro de 2010
"A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo ou O grande vidro"
"Nenhuma história aparente. Nada é dito. Tudo está para ser construído. O sentido de Grande Vidro está na busca do sentido. Mas isto não significa que falta sentido à obra. Ela é uma espera pelo olhar que a habitará e que completa-se com a imagem do espectador. Mesmo que o sentido seja, simplesmente, olharmo-nos a olhar através de uma imagem incompreensível". (P.66/67)
A CENA, A PLATÉIA...
DOIS UNIVERSOS, MUITOS SENTIDOS
Por Antonio Guedes
Artigo publicado na revista FOLHETIM nº 1 em ABRIL de 1998.
A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo ou O grande vidro de Marcel Duchamp (1887-1955). Poderíamos fazer uma troca e ler da seguinte maneira:
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Dos [possíveis] monólogos de Lucky.
Variações Meyerhold
[...]
Trecho de uma fala da peça acima citada.
Espelha.
Godot amava Godot que amava Godot
que amava Godot que amava Godot que amava Godot
que não amava ninguém.
Godot foi para os Estados Unidos, Godot para o convento,
Godot morreu de desastre, Godot ficou para tia,
Godot suicidou-se e Godot casou com Godot
que não tinha entrado na história.
A partir de Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Há espera
sábado, 23 de janeiro de 2010
A espera
Diálogo entre uma mulher de 25 anos e um homem de 65 anos.
M: oi
H: oi
M: você está esperando?
H: estou. E você?
M: também.(pausa) Me sinto cansada e você?
H: não.
M: imaginava, por isso mesmo perguntei. Como você consegue?
H: não cansar?
M: sim
H: é só não pensar nisso
M: não consigo não pensar
H: e porque não consegue? é só querer, a gente pode tudo
M: não tenho tanta certeza disso, uma vez eu quis começar e consegui mas quando quis parar já não era possível
H: você está com câncer?
M: sim. Estou. E esse não tem cura é câncer na alma
H: eu também tive câncer na alma e me curei
M: não acredito em você
H: é bom acreditar porque é verdade
M: como você descobriu a cura?
H: descobri porque parei de esperar
M: mas você não está esperando?
H: a morte sim, mas a vida não.
Estamos aí
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
uma beleza trágica
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Beckettiando.
domingo, 17 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
20 de abril de 1956...
Beckett's 'Waiting for Godot'
By BROOKS ATKINSON | Crítica publicada no THE NEW YORK TIMES | Tradução Diogo Liberano
Não esperem dessa coluna uma explicação para o ESPERANDO GODOT de Samuel Beckett, que foi apresentado no John Golden na última noite. É um mistério envolto em um enigma.quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
"Why Waiting for Godot?" - Tradução 2/3
Em Godot, com seus silêncios e vazio e contrapesos, Beckett foi brilhantemente capturando o temperamento dos tempos. A incerteza radical informa o século 20, a sensação de que perdemos nossa amarrações, que estamos sem eixo, despropositados, sem deus, que temos uma necessidade de algum tipo de salvação mesmo quando parece que esta nunca virá. Como Didi e Gogo estamos à espera de Godot, seja ele quem for, seja o que Godot represente, e não há "nada a ser feito." A condição do homem é esperar, e a atividade do homem é passar o tempo enquanto espera. Não se admira que Godot, de modo incompreensível para muitos, quando apareceu pela primeira vez, pareceu absolutamente claro para os presos de San Quentin em uma apresentação muito discutida da peça em 1957. Eles imediatamente se identificaram com os seus companheiros de prisão, Didi e Gogo, ligando à sua condição de preencher o tempo enquanto esperam.
Godot tem a pressão da nossa história aterrorizante por trás dele. Quando uma peça escrita em nossos tempos apresenta um homem desacomodado, nu, impotente, à espera, juntamente com outra pessoa, mas ainda intensamente sozinha, falando e falando, para evitar a sensação palpável, talvez infernal, do silêncio, assim, como podemos não pensar nos chamados campos de concentração? Uma pesquisa que elegeu Godot como a peça mais importante do nosso século deve ter sido não somente porque a peça "mudou o teatro", como o Times colocou, mas também por revelar assustadoramente as mais escuras sombras de nossa era, o mais asqueroso exemplo deste nosso tempo de vulnerabilidade lamentável do homem e de sua crueldade inexplicável. Como não pensar nas populações nômades quando assistimos Lucky carregando sua mala e andando devagar, cabeça baixa, em uma paisagem desolada? O volume e a corpulência de Pozzo, chicote na mão, reforça a imagem de uma raça superior perseguindo suas vítimas indefesas. Nesse contexto, como pensar nas botas, pilhas de botas e sapatos, e não se lembrar dos campos de extermínio nazistas, onde não se podia fazer nada além de esperar? Beckett, como descobrimos em sua biografia, lamentou o anti-semitismo alemão, ficou horrorizado pela filmagem das atrocidades nazistas, trabalhou para o resistência francesa, perdeu seu grande amigo Alfred Perón, que morreu em conseqüência de seu tratamento pelos alemães no campo de concentração de Mauthausen, e originalmente deu a Estragon o nome de Levy.
Em virtude de a peça ser tão depojada, tão elementar, acaba recebendo todos os tipos de interpretação social, política e religiosa, com o próprio Beckett sendo colocado em diferentes escolas de pensamento, em diferentes movimentos e "ismos". As tentativas de classificá-lo não tiveram êxito, mas o desejo de fazer isso é natural quando nos deparamos com um escritor cuja arte minimalista atinge a realidade. "Menos" nos obriga a olhar para "mais", e a necessidade de falar sobre Beckett Godot e resultou em uma constante publicação de livros e artigos.
A importância da peça pode ser medida pelo seu impacto, tanto como influência e inspiração, em dramaturgos modernos. Assistir à peça foi uma experiência libertadora para alguns dos nossos melhores dramaturgos contemporâneos. Beckett os forçou a reexaminar as regras da dramaturgia, a questão das exigências convencionais de enredo e personagem e diálogo, a experiência com o tempo e espaço, para ver as possibilidades de mistura de comédia e tragédia. É o que diz Harold Pinter, que enviou o seu próprio manuscrito concluído a Beckett e sempre recebeu atenção calorosa de Beckett: "Ele foi uma inspiração para todos os escritores e certamente foi para mim. Ele era um homem de imensa graça como amigo e como escritor. Ele não admite qualquer fronteira na sua escrita. Ele foi destemido em sua vida e em sua arte”. Peças de Pinter são muito diferentes de Godot em suas configurações inglesas e realistas, no seu interesse psicológico, na qualidade de ameaça, pois elas são mais social do que metafísica. Ainda assim, os ecos de Beckett são claramente ouvida em The Dumb Waiter, The Birthday Party, The Caretaker e The Homecoming, especialmente no diálogo e silêncios, e na maneira de produção de um público para preencher os espaços vazios de significado. Também admirador e seguidor de Beckett é Tom Stoppard, que afirmou que Godot "liberou algo para que qualquer um pudesse escrever alguma peça". Embora ele pareça usar Beckett sempre que pode, abertamente e com entusiasmo, suas próprias peças mantem uma originalidade distinta. Um exemplo é com Rosencrantz e Guildenstern Are Dead, a peça que permite que os personagens menores de Shakespeare possam se tornar os Didi e Gogo de Stoppard, perplexos, impotentes, com perguntas não respondidas, presos em um mundo de Hamlet e passando por rotinas cômicas até que se pronunciarem como "mortos". A homenagem mais direta de Stoppard a Beckett vem com uma deliciosa paródia do discurso de morte/nascimento de Didi, anteriormente citado: "Junto ao túmulo do empresário tira o chapéu e impregna o mais bonito luto. Wham, bam, thank you Sam". Esta é a confirmação espirituosa de Stoppard, da importância de Beckett à sua própria produção criativa. Sem dúvidas que os ingleses Pinter e Stoppard são os filhos de Sam. Assim também são os norte-americanos Edward Albee, que proclamou: "Se um é influenciado pelo dramaturgo Samuel Beckett, então ele é um idiota e irresponsável". E David Mamet e Sam Shepard. Assim também é o Sul Africano Athol Fugard, que dirigiu Godot com um elenco de negros em 1962, e disse a seus atores que “Vladimir e Estragon... estavam em Sharpeville e foram os primeiros em Auschwitz. Escolha o seu horror. Eles sabem tudo sobre isso". A bela peça de Fugard, Boesman e Lena, é beckettiana em todos os aspectos, excepto em sua "mensagem" e nos seus efeitos. Vaclav Havel foi considerada por Beckett como "a influência decisiva sobre a minha escrita", como fez inúmeras menos conhecidos dramaturgos contemporâneos que têm absorvido Beckett em suas próprias maneiras.
Da noção de encontro
Fonte: http://pdpdd.blogspot.com/2009/09/da-nocao-de-encontro.html
Questionar-te
A complexidade do assunto por vezes me distancia. Não para melhor analisar o processo, mas por medo, de ser tragado pela impossibilidade de compreensão. Tem a ver com isso lidar/falar/fazer a tal arte. O que ela é o que pode ser tudo parece pouco diante de sua inata complexidão.
Hoje eu pensei um pouco sobre o que quero fazer com ela em você. Sobre qual o sentido externado quando eu jogo diante de seus olhos uma série de movimentos e verbos. Nada me pareceu muito claro, porém, sustento ainda a percepção do sincero. O que desejo causar em ti não pode vir por outros meios que não sejam estes - modos - todos sinceros.
Todos modos cavalgados através da pele.A forma, o sentido, o conteúdo, as camadas. Estou tentando o incapaz. Estou buscando o impossível. A arte tem, aos poucos, esse gosto do inexprimível. E por isso tudo é tão difícil pois o desejo nunca é completo. O desejo nunca é saciado ele sempre pressupõe na frente um resto. O resto, do contrário, faz parte dessa equação. Resto aqui não é lixo, lixo aqui é pura ostentação, do retirar da mesa as migalhas restantes e convertê-las em estrelas, mesmo num céu inoperante.
Confusão de valores, extravazamento. Essa palavra que não acaba, que em si mesma se abala, extravazamento. Uma profusão sem fim de estupros: arte deve assim ser. Não é seguro. Toca na anã imensidão dos meus desejos. Toca e subverte todo meu arsenal de gracejos e eu nunca sou amante o suficiente para através dela te falar de amor.
Corpo torce e retorce. Mas não vejo. Numa busca infelizmente já não encontrada, fazer arte é tombar o próprio lanche no meio do recreio. E ver nas outras crianças o lanche ser comido. Ver no vizinho a impossibilidade sua se concretizando, se discernindo. O complexo está em você.
Em você é sempre mais difícil. Em você é sempre do impossível ao infinito. Os termos nunca definem, em arte todos os termos extrapolam conceitos e transformam a vida em circo-insegurança em corda não mais que unicamente corda-bamba.
Fonte: http://pdpdd.blogspot.com/2009/09/questionar-te.html
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
"Vozes e Silêncios na fotografia de Jorge Molder"
À Espera do Mundo