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domingo, 31 de janeiro de 2010

Falo...

   
A vontade é a de não parar de falar. Deixar o tempo ir passando e ir trocando com todos e qualquer um. Como isso é importante: falar sobre o que lhe tira o sono. Eis o que tenho feito e muitas coisas estão se clareando. Vou tentar colocar algumas questões que estão mais fortes para mim.

Metalinguagem | Não quero falar sobre este tema colocando as atrizes para manusearem a maquinaria teatral. Não é bem isso. Elas evidentemente passam por este lugar, mas ele é caminho, é meio, não fim. Não será uma mera exposição das partes constituintes da linguagem teatral. Todas estas partes serão usadas, volvidas, maculadas, justamente porque apontam - juntas - para um objetivo final, um supra-objetivo, se podemos usar o termo dessa forma. Aquilo que a metalinguagem assinala é a angústia criacional. Estamos falando de como é custoso e prazeroso e complexo montar uma obra de arte, uma peça teatral. Porém, como estamos fazendo teatro, tudo isso fica mais explícito e vivo. Usamos desta linguagem para mostrar como lutamos - com não somente palavras, mas também ações, gestos... - para atingir o sentido. Ainda está confuso, mas não tanto como estava no início.

Texto | Eu realmente vou tentar levar o original do Beckett até onde conseguirmos ir com ele. Ele é nossa margem, ele de certa forma nos dirá "vocês estão falando de Godot ainda"... A preocupação em sair do eixo, extrapolar a métrica da estrada, ela é natural. Eu ainda quero falar disso que Beckett escreveu, mas se a encenação cria outra situação, propõe outros jogos - outras ações - é natural que se tema perder o que já foi perdido. (O que fazer com os sapatos e com os chapéus?). O texto vai durar mais no processo do que devo supor agora. Ele é amarra, ele é obstáculo, entrave. Só o venceremos com muito esforço, só se formos obsessivamente desmedidos. Ele é o nosso principal vilão. E o que restar desse embate, bom, destes restos, enfim... É daí que nascerá uma peça.

Imagem | É o aspecto mais difícil de dialogar sobre. Não estudei muito sobre, não sei para onde ir. Mas recentemente Giorgio Agambem estabelece em seu PROFANATIONS, uma relação entre desejo e imagem. Bom, o cara conseguiu juntar estes dois nomes numa relação íntima e que tem tudo a ver com esta montagem. Em breve discorro mais sobre. O que posso dizer apenas é que a imagem é artifício primeiro para anular a espera. A imagem é satisfação primeira dos desejos. A imaginação. Humm... Bem intragável ainda, eu sei. Sigamos...

FOTOGRAFIA. FOTOGRAMA. REQUIEM. MEGA-HAIR. MULHERES. POP. DUCHAMP. QUARTA PAREDE. DERRUBAR. QUEBRAR. CAIR. OLHAR. ESPELHO. ALL THE SINGLE LADIES...