Teatro Gláucio Gill – 12/05/2010 – 13h às 17h.
Diogo, Carolline, Flávia, Adassa e Fabíola.
Passei a elas os cortes que fiz no Quinto Movimento. Lemos o Oitavo Movimento. Depois ficamos um tempo a partir dos Viewpoints. Cada uma trabalhou um viewpoint que havia escolhido. Pedi que escolhessem aquele que tivessem maior dificuldade em trabalhar com. Não perguntei ao término o que tinham escolhido, mas intuo que tenham sido TOPOGRAFIA, DURAÇÃO, GESTO e FORMA. 3:1. Três viewpoints de espaço e um de tempo. às 14h15 a improvisação começou. Mote: Oitavo Movimento, aquele no qual o Menino surge trazendo a notícia que Godot virá apenas no dia seguinte.
15h40 o ensaio foi encerrado e fomos tomar um café do lado de fora do teatro. Algo não estava bom. Elas estavam se sentindo impossibilitadas, enfim… Conversamos. Fabíola disse que se sentia vazia de propostas, Flávia achava que precisava se conectar mais. Eu fiz algumas colocações para elas que ainda fazem sentido. Voltei ao texto da Anne e as perguntei como poderiam expressar esse vazio sem que tivessem que se esvaziar. Como expressar aquela angústia ali sem que precisassem estar angustiadas?
É tão estranho porque o material produzido não condizia com todo o desespero que elas me trouxeram ao término do ensaio. Deixarei aqui algumas anotações interessantes sobre o OITAVO MOVIMENTO:
- “Pena que não temos um pedaço de corda” diz uma atriz e a outra joga uma corda aos pés dela;
- A força da entrada de uma delas em cena, atuando o menino;
- Caroll amarra-se à Fabíola ao dizer que acha que deveriam se separar;
- Flávia vai para a coxia e dá a primeira fala do Menino (“Sr. Albert…”), quando entra, tem em mãos a menor matriuska, como se fosse o menino um bonequinho apenas e não ela;
- Ada dá uma reação exagerada para uma fala simples, como “Ah! Então você tem irmão?”;
- A criança da Caroll lê gibis;
- Flávia sugere uma criança estilo mensageiro das tragédias. Entra com força e dá o texto de forma grave, estanque;
- Caroll e Flávia fazem os dois meninos chegando a cavalo;
- Ada faz uma leitura toda representacional de Vladimir, o Estragon de Fabíola olha desconfiado;
- O menino de Flávia é boicotado. Chega chamando “Sr. Albert…” e nenhuma outra atriz responde. Caroll e Fabíola dormem feito duas vagabundas sob o algodão cru enquanto Ada tem na boca um pedaço de esparadrapo e óculos escuros nos olhos. Flávia percorre todos os espaço do teatro e não consegue sair da fala “Sr. Albert…”, talvez porque todos saibamos o que virá em seguida. Boicote ao menino.