Helena, Flávia, Adassa, Fabíola e Diogo \\ Setembro de 2010. |
Teve um ensaio - no Teatro Glaucio Gill - que eu havia deixado as quatro trabalhando sozinhas e tinha ido até a universidade resolver umas coisas. Quando voltei, sorrateiro, escondi-me atrás da rotunda velha e cheia de furos e fiquei durante longos minutos espiando como trabalhavam sozinhas.Que golpe baixo. Que coisa horrível. Ao mesmo tempo, sim, é verdade, que coisa linda. Ver como se doavam e como negociavam a melhor forma para fazer dar certo. Ver como mediam suas posturas tentando somar o que queriam, o que eu havia pedido e ainda o resultado de todo esse somatório.Naquele dia eu soube, mais do que em todos os outros, que elas estavam mais do que juntas. Hoje olhando minhas indicações, minha condução - muita coisa não fez sentido - e mesmo assim elas foram firmes e construíram uma constelação de sentidos. Transformaram migalhas de pão em estrelas.Elas já sabem disso de eu ter ficado vigiando o ensaio escondido. Os segredos comigo não duram um ensaio. É tudo sempre rapidamente revelado, portanto, essa postagem é para dizer aquilo que o preto e o branco na foto já se encarregaram em dizer: há saudade. E não é de Miranda. É tão somente de Helena, Flávia, Adassa e Fabíola.Que juvenil eu aqui declarando abertamente toda essa angústia. Perdão aos que tem pudor em excesso: é tudo material de trabalho. Sim, de fato, essa distância toda tem me deixado angustiado.