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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
último final de semana de nossa segunda temporada
domingo, 12 de dezembro de 2010
Como ser ficção.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Foi assim...
Portanto, estou aqui porque não poderia deixar de dizer, estou contigo Diogo, confiando nas suas intuições e compreendendo as suas reivindicações por mais que isso me fira e doa. Acredito em você. Agora mais do que nunca
Beijos e obrigada
domingo, 5 de dezembro de 2010
Falo..............
E nisso, morremos.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Depoimentos
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Espetáculo do Teatro Inominável apresenta quatro atrizes e um diretor tentando montar uma peça de teatro
Por Alexandra Arakawa. |
Direção e dramaturgia – Diogo Liberano
Criação, dramaturgia e atuação – Adassa Martins, Helena Cantidio, Fabíola Sens e Flávia Naves
Atriz convidada – Dominique Arantes
Temporada: 4 a 19 de dezembro de 2010
Dias e horários: Sábados e domingos às 20h
Duração: 60 minutos
Ingresso: R$ 20,00 (vinte reais) e R$ 10,00 (dez reais) para estudantes e maiores de 60 (sessenta) anos
Lotação: 50 lugares
Classificação indicativa: 16 anos
Acesse: desesperandogodot.blogspot.com \ twitter.com/_inominavel
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Vazio é o que me falta,
É uma certeza de felicidade que se permeia pelos vacilos intermináveis, na companhia de nós que somos inesgotáveis. A cena tá me chamando pro buraco negro da espera, que se movimenta mais em nós do que qualquer presença. É tão gratificante saber que estou viva e vibrando por dentro, do jeitinho que Pozzo gosta.
Sabe o estômago? Mais em cima. Sabe o coração? Mais pra dentro, mas em diagonal. O Pozzo é preciso, é firme, é lamentável. Ele tenta dizer pra que veio, fala fala fala mais mais mais e não diz o que queria dizer. Acho que o seu teatro (não vida, Pozzo faz teatro) é o de tentar a tecla da estrela, de ser linda, de ser fabulosa, de ser Maryl Streep (eu sou assim, e odeio dizer). Porque Ada é assim, mas por odiar ser acaba que mostra o lado frágil, o lado de estar ali aprendendo, o lado de saber que não é boa. O bom do Pozzo é que ele distorce o máximo possível aquilo que Ada menospreza. Pozzo gosta do teatro, Ada também. Pozzo mostra o seu feio, Ada também. Pozzo quer mais, Ada também.
O estar em cena na tentativa da MIRANDA pra mim é tão bom porque é muito encômodo junto. Eu detesto ser Pirineu; eu detesto ser Narradora "falam todas ao mesmo tempo"; eu detesto bater na Fabi; eu detesto ser Pozzo. E é por isso tudo (e mais) que eu amo estar ali, cavucando na minha ferida e vendo as outras se cavucarem. O negócio só funciona porque enquanto eu to me cavucando a Flavinha tá rindo de alegria, enquanto a Helena se esburaca a Fabi tá gozando, enquanto o Diogo tá sem saber como sentar a Ada tá imitando o seu monólogo de sempre. E esse alimento me enche agora de friozinho na barriga.
Platéia, não seja má, venha nos ver. Mas olha platéia, precisa estar cheio, porque é assim que Pozzo gosta. E lembra-se: NÃO TRAGA MIRANDA.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Aqui sou personagem:
BANKSY
Aonde é que vai ficar a madame?
Na próxima estação camarada, não tem parada.
Não desço enquanto ela não chegar.
Não virá.
Ouvirá.
Impávido que nem Mohamed Ali, tranquilo e infalível como Bruce Lee, com o Axé e o Afoxé filhos de Gandhi. Like a Rolling Stone, like a Lennon, like a Rihana (?, ui).
... se é que se pode saber alguma coisa de ciência as avessas, penso que o lúdico não tem forma de máscara. Apenas um suave caos de resignificações desdobram-se no novo invento.
Eis o que Deus pode pensar sobre essa nova humanidade que atualmente ele recria a partir das junções entre nós:
"Do pré viestes ao pós retornarás".
Pré e Pós drama. Opa, não é ciência.
E o que é o erro? Que erro carícia?
Me de um tempo que estou sem paciência.
Ancoramento de artistas, desilusão de líder.
Para as cucuias sua idéia de líder coração.
Eles já morreram. Todos eles.(que saudade, amo as suas memórias!!VERDADE)
Em que identidade se encontra a percepção do todo?
Que todo oco, tosco, roto, rouco.
Não!
Suave, rico, omisso, ouriço.
Como? Hum como, não sinto fome.
Sou classe A.
Alfabetizada em todas as línguas-
pra rimar, para remar.
Somos belas, aquarrelas.
Com dois erres que é pra preparar o latido.
Sou classe C e você? Abracadabra.
Para as cucuias toda ordem de símbolos.
Com todo respeito, preciso juntar os caquinhos.
E só acredito em oxigênio e carinho (não falo dos artificiais).
(continua...)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Rampa, ai vamos nós...
Clique sobre a imagem para vê-la maior. |
domingo, 21 de novembro de 2010
Estamos voltando
Excitante porque é um trabalho do qual me orgulho tamanha honestidade e dedicação. Terrível porque parece que todo pouco tempo que temos de ensaio e dedicação à essa retomada se torna ainda menor, uma vez que a cada ensaio mil novas possibilidades de jogo, de texto, de cena, de situação surgem. É infinito o nosso trabalho assim como nossa dedicação. É impossível essa encenação assim como querer dar conta dela. Miranda nos escapa a cada tentativa de apreensão. Não descobriremos seu segredo, não decifraremos seu enigma.
Já a minha personagem.... está cada vez mais evidente. É um porre. Ela é um porre. Agora tenho certeza disso. Vou ter que engolir essa falta de carisma, esse sentimento de repulsa que é inegável diante de uma personagem que só faz reclamar e indagar e brigar. Ela quer fazer a peça, ela quer ajudar, ela quer que tudo dê certo e fica tentando corrigir os erros com frases de efeito, com gritos estridentes, choros escandalosos e idéias ameaçantes. Entendam, é o jeito dela de dizer sim, é o jeito dela de dizer que gosta, de semear o bem. Ela é bacana podem acreditar, mas erra tentando corrigir o erro, erra na sua cega obstinação. Ela está perdida, contrariada, indignada e é preciso ter paciência com ela, é preciso ter calma, entendam, ela é legal, ela é de amor. Podem acreditar. Mas também podem não gostar. ela é assim.
Estava relendo coisas do blog e encontrei essa postagem da Adassa, pensei: que coisa linda, e não fizemos um só comentário, bom, talvez o silêncio tenha tomado conta e isso é um bom sinal, aí vai:
"A releitura do Mito de Sísifo agora me entregou uma coisa, que relaciono ao ensaio passado. Algo que dizia mais ou menos que a virtude de Sísifo se encontrava na lacuna de tempo em que ele descia retornando à planície para novamente subir sua rocha ao cimo da montanha. Era ali que ele vencia os deuses e o seu destino.
É aqui que precisamos vencer e boicotar a nossa cena. Mas o segredo é agraciá-la com o esgotamento que ela nos impõe, ficando nós ali, mostrando que somos capazes até o próprio jogo não aguentar mais? Ou recusá-la, contradizendo-a, determinando idéias contrárias e remando com a nossa força contra o que nos é destinado? Ou os dois? Não sei.
Mas esse movimento de descer o morro em estado pensante, em situação de tentativa, de comunicação, de troca, e de fomentação de estragégias entre nós quatro é fundamental. O que fizemos - sem condenamento ao que foi, pois foi lindo, dolorido e necessário - no ensaio passado foi descer o morro certas de que subiríamos novamente, exaustivamente, repetidamente, como algo vazio do novo (afê maria Diogo, por que diabos fui comentar que só de pensar que ficaríamos horas ali entregues à tentativa incerta seria mais um martírio? Não foi isso que quis dizer...).
Pelo menos assim foi o que senti. E realmente desisti várias e várias vezes. Não tentei com força - somente alguns poucos espasmos de... "lucidez" (?). Estava entregue, estava morta, dormi em cena. Calei a boca, fechei os olhos, não escutei o menino me gritar. Só estive.
Acho que podemos tentar descer o morro invadindo e esgarçando mais os nossos limites. Uma ancorando a outra. Enquanto uma empurra, outra faz uma alavanca, outra tenta formular um caminho a frente, e a quarta grita anunciando a nova chegada."
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Encontro
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
"Autoinvenção"
Uma máscara não esconde um rosto original, mas outra máscara, e assim sucessivamente, de modo que o rosto próprio não passa da metamorfose e criação incessante de máscaras. Não se trata de retirar a máscara para encontrar a verdade oculta, ou a identidade velada, mas compreender a que ponto a própria verdade ou mesmo a identidade é uma entre as várias máscaras de que a vida precisa e que ela produz. Se a matriz estética substitui para Nietzsche a matriz científica, é porque se trata de produzir o ainda não nascido, não mais de descobrir o já existente. Questão de autoinvenção, não de autorevelação, de criação de si, não de descoberta de si.
É o que se vê na construção das personagens, que se têm ressonância com traços próprios às pessoas que os encarnam (com efeito, cada personagem foi construída a partir dos atores, e com que justeza e cuidado os diretores foram alfaiates da alma, cerzindo personagens sob medida! – a ponto de ser praticamente impossível "passar" o papel de um para um outro, já que os papéis não são universais vazios intercambiáveis), ao mesmo tempo, ao invés de intensificar psicologicamente os traços de cada um, nos seus draminhas íntimos, iluminando a suposta verdade psíquica interior do sujeito, o que rapidamente descambaria para um psicodrama de qualidade duvidosa, ao invés disso o teatro faz esses traços conectarem-se com personagens da história, do mito ou da literatura (o Profeta, o Homem da luz, o Treinador de heróis, a Rainha, mas também a Esfinge, o Imperador anarquista, a Torre Babelina), com elementos cósmicos ou outros (o Caos, a Tempestade, as Trevas, a Luz, a palavra oracular). Nessa conexão tais traços singulares são colocados em evidência mas ao mesmo tempo desterritorializados de seu contexto psiquiátrico, e, arrastados para longe de si mesmos, são prolongados até uma vizinhança que lhes permite uma transmutação amplificada, numa dinâmica que extrapola completamente os dados iniciais e personológicos, fazendo-os reverberarem com a cultura como um todo e experimentarem variações inusitadas.
É onde o teatro oferece aos pacientes um campo de metamorfose e de experimentação de um potencial insuspeitado. Pois os traços que compõem uma personagem (as singularidades que habitam cada um) não são elementos para uma identidade reconhecível, numa mímese referencial; eles não se somam num contorno psicossocial, ainda que isso possa estar presente, mas como máscara: a "rainha", o "imperador"...
Não é um ator representando uma personagem, mas tampouco é ele se representando, é o ator produzindo e se produzindo, criando e se criando ao mesmo tempo num jogo lúdico e existencialisante, desdobrando uma potência, ainda que na forma de uma entidade histórica ou cósmica. O que conta, para além da máscara, são os estados intensivos que esses traços expressam ou desencadeiam, as mutações de que esses traços são portadores, as composições de velocidade e lentidão que cada corpo consegue, consigo e com os demais, as passagens fluxionárias, os índices corpóreos, incorpóreos, sonoros, luminosos, o puro movimento molecular, o gesto quântico, o trajeto rizomático. Daí porque o espectador não se pergunta "o que aconteceu?" ou "o que aconteceu com tal personagem?", mas "o que me aconteceu"?, registrando o sentido eminente do Acontecimento – a afetação.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
MIRANDA, em brevíssimo
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Um ensaio...
Helena, Flávia, Adassa, Fabíola e Diogo \\ Setembro de 2010. |
Teve um ensaio - no Teatro Glaucio Gill - que eu havia deixado as quatro trabalhando sozinhas e tinha ido até a universidade resolver umas coisas. Quando voltei, sorrateiro, escondi-me atrás da rotunda velha e cheia de furos e fiquei durante longos minutos espiando como trabalhavam sozinhas.Que golpe baixo. Que coisa horrível. Ao mesmo tempo, sim, é verdade, que coisa linda. Ver como se doavam e como negociavam a melhor forma para fazer dar certo. Ver como mediam suas posturas tentando somar o que queriam, o que eu havia pedido e ainda o resultado de todo esse somatório.Naquele dia eu soube, mais do que em todos os outros, que elas estavam mais do que juntas. Hoje olhando minhas indicações, minha condução - muita coisa não fez sentido - e mesmo assim elas foram firmes e construíram uma constelação de sentidos. Transformaram migalhas de pão em estrelas.Elas já sabem disso de eu ter ficado vigiando o ensaio escondido. Os segredos comigo não duram um ensaio. É tudo sempre rapidamente revelado, portanto, essa postagem é para dizer aquilo que o preto e o branco na foto já se encarregaram em dizer: há saudade. E não é de Miranda. É tão somente de Helena, Flávia, Adassa e Fabíola.Que juvenil eu aqui declarando abertamente toda essa angústia. Perdão aos que tem pudor em excesso: é tudo material de trabalho. Sim, de fato, essa distância toda tem me deixado angustiado.
Para Fabíola,
Para Adassa,
Para Helena,
Para Flávia,
domingo, 26 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
É demais para um homem só
Nós, do Teatro Inominável, agradecemos imensamente a todos e a todas que prestigiaram o nosso trabalho durante estas seis apresentações no Teatro Glaucio Gill. O encontro com vocês, com cada um de vocês, fez o nosso espetáculo acontecer, de fato. Estamos ansiosos para próximas apresentações e em breve divulgaremos nossos próximos passos.
Agradecemos também à Ocupação Artística do teatro Glaucio Gill - Câmbio - e aos nossos apoiadores. Sem eles o nosso espetáculo realmente não teria acontecido. Agradecemos à Cena da Cidade, mostra dentro da qual fizemos uma apresentação e que nos trouxe um público diferenciado e inesperado.
Enquanto isso, sintam-se à vontade para comentarem sobre o espetáculo aqui mesmo nessa postagem. É uma forma que temos de validar e amadurecer ainda mais a nossa montagem. De ouvir e trocar opiniões sobre um trabalho que precisa estar sempre em movimento, para não morrer. Deixem seus comentários. Eles são importantes, acreditem.
sábado, 18 de setembro de 2010
último final de semana no TGG,
a verdade é que nossa temporada no teatro glaucio gill durou mais do que três semanas. sim, o processo teve o seu segundo ensaio no teatro. e depois muitos outros vieram. em resumo: estamos nos apresentando no espaço que gestou essa nossa descoberta, esse filho, esse monstro. sim, é verdade. foram muitos ensaios ali, com espaço em reforma, em obra, já renovado, sujo, arrumado… o teatro nos servindo de alimento para um processo que ambicionava falar dele mesmo, de seus mecanismos e maneiras de amar.
esse foto ai em cima é a do segundo ensaio, a do primeiro uma das atrizes faltou, então só começamos a bater fotos a partir do segundo. fabíola que nessa foto ainda é um mistério, que não conheço, não imagino, não sei do que é capaz. carolline que tinha um cachorro escondido ai dentro dessa camisa tomara que caia. que loucura. adassa assustada com o quê? com tudo isso que iria lançar por sobre nós? e flavinha, já disposta à encrenca. já disposta ao desafio, lançada sem volta para dentro do furacão.
estou contente. o que fazer agora que estou contente? vou tomar banho e ir para o teatro porque não posso chegar atrasado. quem não viu, eu convido. vejam! o nosso trabalho depende do encontro, o nosso trabalho morre toda vez que se encontra contigo, com você, qualquer você que possa ser. venham. queremos morrer. nos oferecemos ao sacrifício de ser isso que escolhemos ser: e é bom. porque tem você do outro lado. porque temos nós dois cruzando muros e amanhecendo os dias.
sobre o ensaio da foto acima, clique a seguir (RECORTO ALGUNS COMENTÁRIOS):
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Ensaio #2
Teatro Gláucio Gill – 31/03/2010 – 13h às 16h.
Diogo, Carolline, Flávia, Adassa e Fabíola.
Flávia sugeriu uma possível encenação, como se as atrizes se divertissem a peça inteira experimentando coisas a partir do texto e ao término, lembrassem que estavam a esperar Godot.
A Carolline nos trouxe o comentário sobre o ATO FALHO. É bem interessante, como manifestação repentina do insconsciente. Um movimento pelo qual o inconsciente se dota de fala e FALA.
As meninas jogaram uma raia durante 15 minutos apenas.
A liberdade maior esteve no confinamento dos comandos da raia, quando a liberdade da improvisação as permitiu muito mais, não souberam o que fazer.
Até lá, cada uma ficou responsável por postar em breve um estudo, comentário, opinião, qualquer coisa, sobre a peça ENSAIO. HAMLET da Cia. dos Atores.
A que distância as atrizes estão de nosso GODOT? Suas expressões tentam nos dizer NA FOTO ACIMA <<<
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
oi Miranda
Miranda, estou sabendo que andam falando de você, querem te ver ou melhor querem te consumir, assim como eu confesso. Confesso que te quero como nunca pensei que fosse querer, Miranda, você é o meu fetiche mais bem realizado porque como todo bom fetiche não se realiza, se espera.... aiaiai Miranda, não vá fazer o favor de chegar e ai de você se não vier... Sei que é contraditório mas não se assuste tanto assim, faz parte da vida contemporânea: ser contraditório e ser contemporâneo. Já nem sei o que digo, você Miranda confunde meus pensamentos, fico tonta, tenho vontade de chorar, de gozar, de rir e lamentar, de me indignar, sei lá você me desconcerta Miranda e toda essa desorientação está me viciando, o que faço Miranda se eu me viciar em você? O que faço se eu desentender qual o nosso papel nisso tudo e querer chorar feito criança e cavalgar até os pirineus e procurar pelo senhor Alberto e lembrar do menino chamado Juca e do menino Liberano e das meninas Adassa, Helena, Fabíola e Flávia? O que eu faço Miranda se eu sentir uma saudade doída de você?
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Mais dois finais de semana,
VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA, continua a sua temporada. O espetáculo acontece aos sábados e domingos, às 19h e é seguido de outro espetáculo também oriundo da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Trata-se de HOMENS GORDOS DE SAIA, de Nicky Silver, direção de Morena Cattoni. Se você for assistir a MIRANDA, não deixe de prestigiar HOMENS GORDOS. Ambos espetáculos integram a 3ª Mostra A Cena da Cidade: A CENA OCUPA A CIDADE, que acontecerá no Teatro Gláucio Gill nos dias 17 e 18 de setembro. Fiquem ligados.
“Uma criação que respira por si mesma”
O nosso espetáculo foi indicado pelo site TECNICOLOR - tecnicolor.art.br -, de acordo com postagem feita por Maria Clara Coelho,
“A dramaturgia, apesar de partir do texto de Beckett, ganha autonomia do texto que serviu como ponto de partida, configurando não só um novo olhar e uma nova concepção da tão famosa obra, mas também uma criação que respira por si mesma”.
Estamos contentes. E o que vamos fazer agora que estamos contentes? Clicar no link abaixo e assistir VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA neste próximo final de semana.
Confira aqui: http://tecnicolor.art.br/blog/2010/09/07/vazio-e-o-que-nao-falta-miranda/
terça-feira, 7 de setembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
vazio é o que não falta, meninas
vou me dispor a discorrer de forma breve (ou não) sobre as nossas cenas, como costumo fazer. é um texto para vocês, atrizes. ada, fabíola, flavinha e helena. é o caos disfarçado em tentativa de organização. nada disso serve para arrumar, é tudo estímulo para deixar as coisas ainda mais difíceis (e sensíveis). pois vamos:
PRIMEIRA TENTATIVA ou ESTAMOS ENTERRANDO GODOT. o público entra e não sabe de nada, quase nada (é onde me engano). nem do nosso referencial primeiro, nem das últimas descobertas. por isso é importante já trazer esse livrinho, flávia. no entanto, para servir de exemplo, apenas. para mostrar sem precisar dizer nada mais. aliás, eu sugiro, é melhor enterrá-lo logo. não o livro-objeto, mas aquilo que está dentro dele. é melhor enterrá-lo. então faz-se enterro sem precisar se vestir de preto. o enterro vem pela intenção, meninas. pela precaução de fazer as palavras chegarem à outra. o enterro vem também pelo desespero de se fazer legível e comunicável (ada e flávia sabem do que estou falando). o enterro vem pelo não saber, fabíola. quase como se abrisse os braços querendo perguntar gente, o que é isso? sim, as coisas morrem, helena. vamos juntos pela respiração, pela conversa que vai chegando e querendo acabar com o silêncio. vamos juntos pela intensidade que o enterro vai fazendo surgir. a gente não aguenta esse silêncio todo. a gente quer falar, quer rir. sabemos que o silêncio ali é vontade acumulada de doer. mas vamos com calma, eu ajudo vocês a limpar. o diálogo faz com que vocês se aqueçam, eu digo, se esqueçam. por isso enterram o fulano. enterram profundamente e tão rápido se descobrem vazias dele. por isso, uma sugere o novo alvo da espera, né, ada? pode sugerir, nós vamos gostar, desde que deixem os peitos abertos para que algo novo aporte. essa palavrinha que sair daquele livro pode ser uma bomba para o dia. estejam despreparadas.
SEGUNDA TENTATIVA ou AS QUATRO EVANGELISTAS. ou quase que uma parábola para valorização das minorias. é sério, depois isso foi ficando mais claro, por que não acreditar em uma pessoa e acreditar em outras mil? onde está a crença? naquilo que se acredita ou na quantidade de crentes? para o bem e para o mal, acreditar em minorias é possível. para o mal e para o bem, em maiorias também. ou seja, estamos perdidos. isso se vocês não começassem um jogo paralelo entre vocês. isso se vocês não disputassem aquele foco (que não temos). ou seja, nos divertimos à custa de algo que nem sequer nos é problema. não tem ninguém ali querendo chamar mais atenção do que a outra. tem? bom, se tiver, divirtam-se, essa cena é exatamente espaço para esses desastres. só não nos deixem sem entender exatamente a coisa do 3:1. beleza, vamos mudar: a coisa do 1:3 (lê-se: um para três). fabíola mãos apresenta a questão. flávia setas remonta a questão. ada boca seduz atenção. helena susto ganha solidão. no final das contas, nós só somos por causa do outro, né? então é melhor tentar de novo:
TERCEIRA TENTATIVA ou SOMOS INESGOTÁVEIS. sim. somos sim. e daí acaba dando nisso mesmo. que bom que o rafa nos deu uma mesa e cadeiras. é bom sentar. reconhecer a fome e seguir, com mais escuta e comunhão (até que tudo desande novamente, como tem que ser). não se percam dizendo por dizer. ali só se diz o que é dito. e nada mais. nada fica no meio do caminho. tudo se assume, gente, tá tudo exposto, não? não queiram dar um texto novo apenas pelo divertimento de fazê-lo. não queiram ser autoras porque essa constatação se dá no mesmo momento da morte da obra. não se creditem, sigam jogando. existe algo ali sendo dito, sendo tentado, sendo posto em tentação. vamos fingir algo inédito. mas é tudo mentira, é tudo ensaiado, enfim… espaço para bancar a ficção. não é isso, no final das contas? deixem esse terror do inédito assolar vocês. queiram o mote! queiram o mote e ada, só nos entregue algo se for pela primeira vez. sempre pela primeira vez. esqueça que já sabemos, vamos todos esquecer. vamos brincar por alguns minutos que somos seres capazes de se surpreender. ai, pronto. vocês se ouviram e fizeram outro aborto nascer:
QUARTA TENTATIVA ou QUEM ALCANÇA SEMPRE ESPERA. eu fiquei pensando que fui jogado para dentro disso tudo. que divertido, estou com vocês. é sério. é legal. quero ter tempo para olhar para cada uma e dizer qualquer coisa pelo olhar. dizer o pavor de mentira mas que é real mas que podemos manipular. dizer que se acalmem e essas coisas que o diretor gosta de dizer mesmo sabendo impossíveis. sim. será divertido. vamos fazer o pior, me entendam, vamos convencer a galera que a nossa parada vinga. vamos deixar a fabíola no chinelo, até porque, ela vai dar muito problema nas próximas cenas. vamos então judiar dela, dar o texto que cabe na boca, dar a lágrima que não cabe no olho, dar os cacos que precisam ser tirados do chão para não ferir ninguém. vamos ouvir o que estamos dizendo, ficcionalizar a nossa ficção. uma escadaria de mentiras sinceras. a nossa profissão. desculpem-me se eu falar por demais formal. não sei o que vai dar dessa cena, sorte que os apoiadores abrirão espaço para confabularmos atrás das placas. e quando nos virem de novo, olhos nossos estarão cheios de água (de tanto rir escondido do absurdo nosso!). é ótimo estar com vocês.
QUINTA TENTATIVA ou O NOSSO PAPEL NISSO TUDO! é tão bom que naturalmente acaba. e a flávia está certa, gente, já não é a primeira cena, é a quinta tentativa. muita coisa já passou. muita coisa já foi tentada e nesse desejontade de erguer algo que dure mais que alguns minutos, partiremos para a qualquer coisa. Sim, tem que escolher, mas pode tudo sim. Eu digo a vocês. Pode tudo, Helena. Sobretudo você, faça o que quiser. Lembrem-se do nosso PdD. Lembram-se? Gente, ele está cada vez mais claro. É agora que a Fabíola depois de apanhar consegue ver o jogo (Fabíola, eu vou ver você arquitetando tudo isso. Eu estarei ali para isso). E Helena, crie raíz em cena. É a cena em que você tem tempo para respirar. Então respira e se crava. Pode se cravar. Enquanto isso a Ada e a Flávia giram e giram e giram e giram e giram. (Elas sabem que são cinco giradas). Pode qualquer coisa: sorte, porque podemos mudar o tapa e selar o encontro, dizendo as mesmas coisas, é disso que estamos falando. Da nossa capacidade - estranha, sim - de fazer toda e qualquer coisas ter sentido. O NOSSO. Então façamos, se for preciso, me solicitem. Eu estou ali para isso. Mas devo dizer: me divertirei à custa de vocês. Porque é engraçado. Sinceramente, aeromoça, baterista, musicista, enfermeira… Ada e Helena o supraobjetivo de vocês é matarem o diabético de tanto rir. E vocês sabem que ele ri com extrema facilidade, então… Provoquem-nos. A provocação é o que nos dá a cena. A cena é o que nos ata à Miranda. Sim, ela está ali.
SEXTA TENTATIVA ou NÃO QUEREM REPRESENTAR? sim, queremos. estarei presente, não se esqueçam. poderemos repetir, não se preocupem. não se esqueçam que cada uma tem uma carta de repetição para usar quando quiserem. o que eu acho? acho que helena e flávia tem que aceitar que são V(ladimir) e E(stragon). É aquilo ainda, mais intenso, mais fortalecido pelo tempo. Ada chega como P (poderia ser Miranda, convenhamos…). Enfim, Fabíola como L e por ai, vamos todos juntos, brincando de ser ficção outra vez. De manter pelo maior tempo possível os laços com quem nos vê. Vamos tentar isso, fazer durar aquilo que sabemos que vai acabar, mas que vale muito alimentar, ali, naqueles pedaços de existências compartilhadas, dilaceradas, fatiadas, expressas, reveladas… Enfim, vocês não querem representar? Então… Vamos lá. É hora disso. É hora para se esconder dentro do personagem sim e descansar deste mundo. É hora de ser integralmente o outro que não conseguimos amar. É hora de dar tchau para si mesmo e se esconder dentro de um corpo que nem sequer sabíamos possuir. É hora de surpreender sendo surpresa. É hora de morfar!
SÉTIMA TENTATIVA ou EL SILENCIO DE MIRANDA. Cansa, né? Fabíola, não perca aquela sua dor das apresentações anteriores. Não queira se fazer comunicável cantando dor nova, dando verbo e gemidos ao que precisa ser silêncio. Ele é fechado, morre em ti, mas mata a quem assiste também. Faz-nos cúmplices, laça, compreende? Sem orgulho, no melhor sentido da coisa. Deixa doer. Deixa, vai. Depois a gente se vinga, a gente funciona dessa forma. Então as três vão tagarelar, agora em três tempos, e eu te ajudo a arrumar o cenário para o assassínio (morre a palavra enquanto fundação do sentido). Morre pelo excesso, morre no grito! Sim! Tem que tomar biotônico! Tem que puxar o microfone do pedestal como já sabes! Enquanto isso, as outras fisicalizam o que a cabeça adoraria converter em palavras, mas não há voz exceto a sua, então, deixa o corpo gritar. Quebra tudo. Eu prometo, depois eu te ajudo a limpar. Ainda que com aquele pano imundo.
OITAVA TENTATIVA ou O MENINO…
encerro-me aqui. sem fim. nos vemos no ensaio.
sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Espetáculo da jovem companhia Teatro Inominável apresenta quatro atrizes e um diretor tentando montar uma peça de teatro
Cartaz/Flyer de divulgação do espetáculo
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