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domingo, 24 de abril de 2011

Eu gostei do cachorro,

Ontem minha mãe e minha irmã, que assistiram MIRANDA no final do ano passado, estavam aqui dentro de casa rindo da peça. Elas estavam ligeiramente em dúvida se deveriam compartilhar comigo suas opiniões sobre a peça. Fiz com que ficassem à vontade para dizer tudo o que quisessem falar e foi assim que elas começaram a discorrer sobre o que sentiram. Para começar o nome, disse minha mãe, como é?, ATÉ TU, MIRANDA?. E eu disse, não mãe, o nome é mesmo difícil. E então ela seguiu falando que até hoje não sabe se aquilo que quebra e que me faz correr atrás de uma vassoura faz sentido, porque ela não sabe bem se aconteceu sem querer ou se era ensaiado. Ela não gostou, ela levou um susto. Ela disse que amou o cachorro e que ele é muito bem interpretado.

Vejam vocês. O sentido de fato não está conosco. MIRANDA permanece inerte brilhando dentro de uma constelação perdida. Eu quero tocar nela! Eu quero tocar novamente!

Eu acho que gostaria de assistir a um espetáculo que me fizesse sentir burro. Não burro por não saber, mas burro justamente por saber que nem tudo é preciso ser sabido. Certas coisas, são só susto, só arrepio. Só baba de cachorro sem nome que cai sobre a pele e ali fica, porque ali pode ficar. Feito mistério.

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Diogo Liberano