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domingo, 7 de março de 2010

Universalizando a condição humana à espera de Godot

“ É a totalidade da condição humana que entra em jogo, e não o homem de tal ou tal sociedade”. Ionesco

“Mas neste lugar, neste momento, a humanidade somos nós, que isto nos agrade ou não”. (Vladimir diz a Estragon)

Origem diversa nos nomes das personagens:

Estragon- francês / Vladimir- eslavo / Pozzo- italiano / Lucky- inglês

““Com seu chapéu-coco, com seus gestos mecânicos e gags, com suas falas circenses que seguem muitas vezes as técnicas do circo e do music hall inglês, com suas manipulações com o chapéu e seus movimentos com os sapatos, aqui carregados de forte significado, são Vladimir e Estragon os palhaços que representam a humanidade, num mundo absurdo, sem sentido, sugerido pelo cenário que nada tem de acolhedor. Parodiam eles a existência humana, pois, como notou Geneviève Serreau, ao estudar Beckett, “a função dos palhaços é, tradicionalmente, uma função desmistificadora”, sendo que Godot é a paródia do homem “projetado na existência e procurando resolver seu próprio enigma” ou, ainda, a burlesca representação do homem “que renunciou a resolver seu próprio enigma, pois os pontos de referência, as únicas chaves de que dispõe – a realidade do espaço, do tempo, da matéria -, revelaram-se inutilizáveis” “”. (pág 156.Berrettini, Célia. Samuel Beckett escritor plural. Ed. Perspectiva. 2004. São Paulo)