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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

algumas reflexões sem começo nem fim, apenas para compartilhar:

existe em Esperando Godot uma vontade de resistência. Os personagens supostamente passivos, inertes, resistem a um sistema que cada vez mais exige do homem uma força trabalho constante, exagerada, maquínica. Enquanto o capitalismo faz sua vigília incessante em torno da aceler(ação), os personagens de Godot se imobilizam, escorregam, deslizam, resistem. Fazem política sem panfletos, fazem política sem saber, respeitam o homem, o seu silêncio, sua vontade, sua contra-vontade. Talvez por isso a vontade de catalogá-los como mendigos ou palhaços porque estão à margem da sociedade, fora do sistema, homens sem lei ou legislados pelo errado. Gosto de Beckett por isso, ele dá voz ao que é negado e faz disso uma potência, potência de morte, de vida.

DEVANEIOS APÓS LEITURA DO LIVRO "VIDA CAPITAL" DE PETER PÁL PELBART